domingo, 20 de abril de 2008

THE ABSTRACT DREAM


Durante as longas horas que o corpo lhe proporcionou de sono no dia de hoje, entre os vários delírios nos quais tenta encontrar sempre um significado, um deles destacou-se. Não só por ter sido o que mais tempo durou, ou porque acordou algumas vezes e a sua mente acabou por insistir naquela vivência utópica, mas porque simplesmente alterou todo o seu estado de espírito.
A interpretação final foi simples: O seu cérebro subliminarmente enviou-lhe a mensagem de que tudo aquilo era impossível!
E mostrou-lhe através de um sonho muito realista, de como seria se a vida seguisse aquele trajecto. E a dualidade entre o querer e o poder tornou-se uma escolha entre o abismo, e uma viagem numa núvem que o transportava dali para fora. E o sonho deixou sublinhado que uma opção daquelas o levava num caminho interminável em que no horizonte apenas se avistava a frustação, o descontentamento e a infelicidade. Sim, era verdade... e ele sabia disso!
Mas porque razão insistia em sofrer com isso? Porque razão continuava a dar esperança a algo que sabia que era impossível?

sábado, 12 de abril de 2008

ALONE


Sai de casa e vai ter com os amigos. Entre cafés e bares, lá encontram a diversão e a convivência necessária. Mas porém, nos momentos de pausa, especialmente no dia de hoje e sem saber exactamente porquê, um pensamento não lhe saiu da cabeça:

"I´m never alone, I´m alone all the time..."

quinta-feira, 10 de abril de 2008

THE CHOICE


Sai do banho, veste qualquer coisa decente e dirige-se a casa de um casal amigo, onde estava combinado um jantar. O amigo, sugere que se desloquem a uma discoteca. Diz ele que necessita sair de casa e divertir-se um pouco. Ele aceita, mesmo sem vontade de ir...
- É uma festa com música dos anos 80, pá... - diz o amigo com um brilho nos olhos. Afinal era a sua década musical preferida.
- Os anos 80 entediam-me, mas vou concerteza...
Após uma breve discussão sobre gostos musicais, incidindo sobre décadas e géneros, lá vai ele convencer a mulher de que só vai beber um copo. E lá vão os dois, rumo aos bares que antecedem a ida à Discoteca.
Chegados ao destino, uma fila enorme de pessoas aguarda com alguma ansiedade a entrada no estabelecimento. O porteiro avista aqueles dois perdidos, e conhecendo-os de vista, deixa-os entrar assim que chegam.
Lá dentro o ambiente é o de sempre. Pessoas produzidas a rigor, trocas de olhares constantes... Pouca gente dança.
- Isto é sempre a mesma coisa. Não percebo... O intuito de vir para a disco é dançar... apreciar o som! Aposto contigo que mais de 80% das pessoas não vieram ouvir música.
- Pois acredito que não. - responde o amigo.
Sem perceber qual o motivo, o amigo começa a perguntar-lhe qual o seu tipo de mulher. Indica algumas raparigas e pergunta-lhe se gosta daquele género de mulher.
- E esta? É bem boa pá! Mesmo bem feita...
- Não me diz nada.
- Hum... e aquela loira ali com aquele vestido preto?
- Nada! E parece-me ser uma pessoa muito fútil.
- Então mas afinal de que tipo de mulher gostas?
- Daquelas que me dizem algo. Tem que ter algo especial...
- Como por exemplo?
- Pode ser o olhar, o sorriso, as suas feições quando dialoga... Não te posso dizer ao certo!
- E fisicamente? O que gostas de ver?
- Hum... Também não tenho nenhum estereótipo. Não gosto de mulheres muito magras, nem muito gordas. Gosto de apreciar a beleza de uma mulher que cai no estereótipo daquelas actrizes que parecem umas bonecas de porcelana, que o corpo parece ter sido feito a papel milimétrico. Mas apenas observo... não é tipo de mulher que me atraia.
- Vês aqui alguma mulher que te atraia?
- Hum... não sei.
- Faz lá um esforço e diz-me. Olha no teu redor...
- Hum... Gosto daquela rapariga sossegada ali naquele canto. Parece-me que vive no seu mundo.
- Mas nem é muito bonita...
- Pode não ser aos teus olhos!
- E por dentro? O que te atraie nas mulheres?
- Hum... Carinho, sensibilidade, honestidade, confiança...
E ali estiveram a dialogar sobre a temática das mulheres, na companhia de cigarros e bebidas alcoolicas. Por fim o seu amigo diz-lhe:
- Não percebo porque não arranjas uma namorada. Estou habituado a ver-te sempre acompanhado com uma pessoa que representa a tua companheira no momento, e nesta fase em que estas sozinho, vejo-te triste. Acho que te iria fazer bem.
- Hum... capaz. Mas não me vou meter em algo no qual não encontro um significado no horizonte. Já o fiz noutros tempos... Relacionar-me apenas por impulsos de paixão. Agora, apesar da minha carência e da minha prisão de amor, sonho com o dia em que encontro alguém que verdadeiramente seja algo de especial para mim.
- Percebo-te. E porque te vejo triste, quando se fala sobre o assunto?
- Talvez porque já existam poucas mulheres que se encaixem na minha personalidade. Cada vez encontro menos raparigas que me transmitam algo de especial.
- Pois sim. Tu estás é muito exigente. - diz o amigo num tom meio sério.
- Não. Talvez este assunto seja para mim os anos 80. As relações mudam, mudam os costumes, os hábitos, a maneira de ver e estar perante elas... Eu aqui não mudo. Continuo a sonhar com a minha cabana de amor e dedicação... Além disso admito que sou um pouco conservador, existe alguma rectidão de pensamento da minha parte em torno dos relacionamentos e sinto que o catalisador de sucesso perante uma relação mais séria é diferente para mim... Faz-me confusão a maior parte das relações de hoje em dia.