segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

BEHIND THE MASK


Mais um dia de carnaval. A vontade de sair e se mascarar, não é muita... Ainda se encontra envolto em tristeza e dormência existencial. Num acto impulsivo, contraria a sua preguiça emocional, aceita o convite dos amigos para se irem divertir neste dia, e trata de orientar a sua fatiota. Pede ajuda à sua irmã, como é o habitual e tenta iludir o seu perfeccionismo de modo a que possa disfrutar do seu simples disfarce. Gosta da ideia de ter ficado completamente irreconhecível...
Junto com os seus amigos, embrulha-se no ambiente festivo e barulhento. Com a sua pacificidade natural, observa em todo o seu redor a euforia dos desvaneios fantasiados de todos aqueles que se encontram ao alcance da sua vista. Momentaneamente, deixa-se solto de tal maneira, que o seu corpo encontra-se suspenso entre os encontrões das pessoas, entre os corpos de outros que de tão juntos que estão, o seguram. Perdido nos seus pensamentos, desapercebe-se que alguém se mete com ele, esguichando-lhe àgua de uma pistola. Quando sente o seu pescoço mais frio do que o normal, olha para trás e vê alguém a dirigir-lhe atenção... e mais um tiro de àgua fria. Ele deixa-se sorrir, embora ninguém veja... a sua máscara garante-lhe o anonimato. A dela também... será que também sorri?
Ele começa a correr por enntre a multidão à procura de um sítio onde se possa esconder da sua arma. Ela continua a persegui-lo, sem lhe perder a vista, até que longe de toda aquela gente, se deparam com um beco sem saída, onde apenas os dois se encontram... O luar ilumina os seus corpos afegantes. Ela apontando a sua pistola em direcção à sua face, diz-lhe:
- Tira a máscara!
Ele abana a cabeça negativamente, e encosta-se a uma parede, tentando mostrar-se defensivo. Não sabe bem porquê, mas todo aquele momento denota-lhe algo de familiar. Ela aproxima-se dele e tenta-lhe retirar a máscara, sem sucesso... ele desvia-se com toda a força que tem. Até que depois de tanta insistência, ele acaba por ceder, e o seu rosto revela-se:
- Ah, és tu... eu tinha um pressentimento que serias tu por trás dessa máscara! - diz ela, com uma voz ligeiramente surpresa.
Ele começa a reconhecer-lhe a voz e pede-lhe que retire a sua máscara. Ela retira-a com muito cuidado, desvendando a sua identidade.
- Não acredito... - diz ele algo incrédulo.
- Estaremos nós destinados a que estes momentos floresçam cada vez mais entre nós? - pergunta-lhe ela.
- Realmente... será tudo isto uma mera coincidência? - Pergunta-se a ele próprio em voz alta.
Indefeso, observa o aproximar daquela mulher maravilhosa, ao ponto em que apenas o volume inchado dos seus fatos os separa. E ficam quietos, com um brilho nos olhos a contemplar aquele momento inacreditável. Até que ela o interrompe:
- E nesta nossa história, consideras este um momento perfeito para que te beije? - pergunta com um olhar macio.
Ele coloca as suas mãos no seu rosto, e respirando profundamente encosta os seus lábios nos dela...

4 comentários:

Anónimo disse...

A máscara transmite ilusão, podes esconder kem kiseres dentro dela... Neste caso, não foi preciso, o momento era certo e perfeito. Ambos ansiavam k o outro estivesse por detrás dela? Ou foi pura coincidência? Há momentos assim.. Haverá sempre momentos assim...

Glummy disse...

Sleepy:
Um deles ansiava... Um deles sonhava.
E continua a sonhar e a ansiar por momentos assim...

R. disse...

É uma festa que a mim me passa ao lado,o Carnaval.já me basta as máscaras do(s) dia(s)...

Kiss,boy!

Jo disse...

momentos...

(o carnaval também me passa ao lado, mas momentos desses, procuro não deixar escapar nunca)

beijo*